Como convencer a direção da sua empresa que uma declaração de amor de um cliente mudou consideravelmente o clima de motivação dos seus colaboradores? Às vezes passamos anos tentando motivar as pessoas e no final concluímos que todo esse esforço foi em vão. Muito dinheiro foi investido com programas de reconhecimento, comissões de produtividade, pesquisa de satisfação interna e nada funcionou. Já vi situação em que o principal executivo chegou ao desespero de “jogar a toalha”, pois nada deu certo. O pior é que muitas vezes o pontapé inicial da solução está na sua frente e você não enxerga a bola. Ninguém enxerga! Lembro-me bem, há muitos anos, um instrutor de treinamento disse que numa reunião de diretores da multinacional Anakol, fabricante da pasta de dentes Kolynos, seus executivos debatiam há mais de duas semanas na tentativa de buscar uma solução para aumentar a comercialização do produto, já que estavam sofrendo uma violenta queda nas vendas pelo seu principal concorrente. De repente, o faxineiro que enquanto varria a sala estava atento na conversa soltou essa pérola: – abra a boca! Como ninguém lhe deu atenção, ele ousadamente repetiu: – abra a boca! Enquanto o diretor administrativo incomodado com essa indiscrição do seu auxiliar de serviços gerais se preparava para adverti-lo, o presidente interrompeu e disse: espera, repita! – o humilde colaborador novamente disse: – abra a boca! Todos logo trataram de mostrar os dentes, e ele com toda a sua sabedoria corrigiu: – De vocês não, do tubo! O resultado disso todos vocês já podem imaginar! Então, nessa perspectiva, um estudo de Adam M. Grant – professor de administração da Wharton School (University of Pennsylvânia) nos EUA – afirmou que o usuário final da sua empresa pode motivar sua força de trabalho muito mais do que seus gerentes, basta canalizar esforços na terceirização da inspiração, isso mesmo que você leu: terceirização da inspiração. É quando você recebe estímulos externos inesperados que te levitam, que te fazem bem! Imaginem como um vendedor de cadeiras de rodas para deficientes físicos vai se sentir ao receber do seu cliente um e-mail de agradecimento por ele ter mudado a sua vida? Um vendedor de carrinho de pipocas que recebe do seu cliente um elogio público, afirmando que graças ao seu empenho em conseguir junto à financeira o seu crédito a perder de vista, foi possível realizar o sonho do seu filho de estudar numa faculdade particular! Um estudo do Dr Adam revelou que funcionários de um centro de radiologia que tinham acesso às fotos, mesmo que 3X4 dos seus pacientes, eram mais motivados para o atendimento e tinham mais qualidade com maior rapidez como resultado. Numa filial da Merrill Lynch, reuniões semanais da equipe começam com histórias sobre como o grupo fez diferença na vida de clientes. A Harvard Business Review garante que centenas de estudos já demonstraram que, ao ter contato com gente de um grupo racial, étnico, etário, funcional ou ocupacional distinto do seu, a pessoa passa a exibir menos preconceito contra o grupo em questão. Isso sugere que a interação direta pode ajudar o trabalhador a ver o usuário final sob uma ótica mais positiva. Portanto, mostrar fotos, contar casos de fora da empresa ou circular histórias de gente da casa pode alavancar um estado de emoção diferente capaz de motivar pessoas. O importante é ter na sua empresa líderes sensíveis que conectem colaboradores com usuários finais e aproveitem essa oportunidade como mais uma forma de motivá-los.
Motivação que vem de fora
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