A referência abaixo foi extraída do livro ”A Empresa Totalmente Voltada Para o Cliente”, Richard Whiteley (Editor Campus).
A referência apresentada é para ilustrar um imperativo da Gestão de Pessoas: (re) descobrir as potencialidades do time profissional. Resumirei o caso para os meus propósitos: A oportunidade estava em algo que não cheirava bem. Nos anos 60 a Joban Kosan, uma mineradora de carvão do Japão, estava em vias de desaparecer. Além da pouca rentabilidade do produto: o carvão, ela se deparava com um problema sério: a maioria das terras da empresa estava inundada por água impregnada de enxofre, que inundava as minas e criava piscinas de água amarelada e fétida. A direção da empresa queria utilizar as terras para outros fins. Entretanto, o que faria com aquela água? E aquele cheiro do enxofre, não seria um problema permanente? O que fazer com os empregados da mina?“Foi ai que alguém teve uma idéia de gênio. Não tente se livrar da água; use-a.
Atualmente, a Joban é famosa, não por suas minas de carvão (há muito abandonadas), mas como uma agradável estância de fontes sulfurosas quentes!”. O empreendimento de sucesso são as Estâncias Havaianas Joban Spa. “O Gerente Geral do SPA é um antigo mineiro de carvão; o responsável pela qualidade veio de uma fundição associada”. O caso ilustra muita coisa sobre administração de negócios: empreendedorismo, visão estratégica, criatividade, inovação, etc. Mas o foco que pretendo sublinhar é o da Gestão de Pessoas. Em primeiro lugar, note que a empresa estava preocupada com “o que fazer com os empregados da mina”; em segundo, observe que o Gerente Geral é um antigo mineiro de carvão. Sabemos que as condições de relações do trabalho no Japão eram e ainda são, muito diferentes das do mundo ocidental; as peculiaridades culturais do Japão contribuem muito para isso. Porém, esse fato, em nada diminui o comportamento ético adotado pela empresa; ao contrário coloca-o em evidência. Empresas são organismos com responsabilidade social e suas condutas refletem-se na sociedade.
O que quero chamar à atenção é ao fato de que a Joban tem como Gerente Geral em seu Spa , um ex-mineiro de carvão. Alguns indagarão: Como pôde um ex-mineiro tornar-se Gerente Geral de um Spa? A resposta a isso (penso eu), é simples: a Joban redescobriu a força dos membros de seu time. Partindo da preocupação do que fazer com as pessoas ao mudar o negócio, eles procuraram identificar as qualidades até então não verificadas em seus trabalhadores. Note ainda, que o responsável pela qualidade é oriundo de uma fundição. O que há de similaridade entre uma fundição, uma mina de carvão e um Spa? O que os credenciava a desempenharem seus trabalhos em atividade tão díspar? Como poderiam obter sucesso em suas novas atribuições?
Podemos supor que eles são profissionais talentosos, criativos, proativos, empreendedores, etc. Mas o fato é que isso necessitava ser descoberto e a Joban o fez.
Neste ponto é de se perguntar:
· Quantas pessoas estão por ser descobertas em nossas empresas?
· Que talentos desconhecidos têm nosso Arquivista do Almoxarifado e nossa Recepcionista?
· Como podemos torná-los mais produtivos à empresa?
· Podemos oferecer oportunidades para que ampliem seus horizontes?
Atitude e valores sobressaem como indicadores do comportamento organizacional da Joban. Ela não pratica sua responsabilidade social porque isso é bonito e cai bem publicamente, ela o faz porque é bom para todos os envolvidos. Ao invés de gastar um bom dinheiro buscando profissionais no mercado, ela adotou como princípio usar as potencialidades de seu time.