Você participou de um processo de Recrutamento e Seleção e não obteve feedback na conclusão?

Você participou de um processo de Recrutamento e Seleção e não foi selecionado e nem recebeu o retorno sobre o processo?

Gostaria de saber o porquê de não receber tal retorno? Vamos enumerar alguns possíveis motivos:

Primeiramente: É importante saber que tanto empresa contratante quanto headhunter ou Consultoria de Recrutamento e Seleção têm como objetivo comum fechar as posições com o candidato que mais se adeque com  o perfil traçado pela empresa contratante (não estamos aqui discutindo se é o perfil correto ou adequado a função).

 

Segundo: Teoricamente quanto mais rápido a posição for fechada, melhor, pois tempo literalmente é dinheiro (que se ganha ou deixa de ganhar). Sempre há um custo associado a uma posição aberta, seja o custo pelo tempo demandado à empresa e seus funcionários para realizarem o processo, seja o custo de terceirizar o processo – custo da consultoria que é repassado ao valor cobrado do contratante. Mas se olharmos a razão custo X tempo, temos que quanto maior o tempo gasto, teoricamente, maior o custo inerente ao processo. E se isto é verdadeiro, como explicar o porquê de os processos serem tão demorados e não haver feedback para os candidatos nem durante nem ao final deles?

 

Um dos motivos que pode explicar é a existência do mito do “candidato ideal” Aqueles que já participaram de processos seletivos como contratantes para a empresa (ou onde trabalham) sabem o quanto é difícil achar os “candidatos perfeitos” para a posição aberta, para o perfil esperado. Sempre procuramos o melhor misto entre as habilidades acadêmicas e as habilidades comportamentais e neste momento pode parecer que todos os entrevistados não são bons o suficiente. E enquanto o “candidato ideal” não é encontrado, aquele que é a “cópia perfeita” do perfil descrito no papel de descrição de cargos elaborado pela empresa contratante, bons profissionais que não são considerados “ideais” podem ficar de fora do processo, ou em “stand by” para caso o perfil da vaga seja flexibilizado poder-se fazer uma nova avaliação. E, nesta situação nem sempre há um feedback estruturado para estes profissionais e o processo pode demorar mais.

 

Vale lembrar também que a análise feita nos processos seletivos é bastante variada e subjetiva, abrangem as características pessoais do candidato, sua maneira de agir em determinadas situações, pressuposições de como agiria em determinada situação ou ambiente, a postura em relação aos demais participantes, sua capacidade de entender as perguntas e dar respostas objetivas, sua postura diante do entrevistador, a necessidade da empresa no momento, entre outras… Dificilmente a decisão de contratação partirá de uma informação isolada, a base comparativa entre candidatos sempre existirá.

 

Há também a possibilidade da existência de “banco de dados de gente”, como uma lista de cadastro reserva. Muitas consultorias de Recrutamento e Seleção trabalham com entrevistas “antecipadas”, buscando mapear o mercado e conhecer os profissionais para quando eventuais posições surjam, elas já tenham profissionais mapeados para o cliente, sendo desta forma a mais rápida possível (para o contratante). Neste caso, o erro mais comum é que nada é avisado ao candidato. E vale entender que realmente não há feedback a ser dado para uma determinada função porque o candidato ainda não participou de um processo seletivo, não há um perfil traçado e muito menos um contratante. O candidato apenas passou a figurar no “cadastro reserva”.

 

Outro ponto a ser observado é que o fato de encaminhar seu currículo a uma oportunidade aberta em um site de empregos, para várias consultorias (por e-mail ou cadastro em sites), “clicar” em uma oportunidade aberta no LinkedIn, também não irá gerar um feedback, não irá te mostrar se sua estratégia é certa ou errada. Se você não ér chamado para a posição que se candidatou, ou para alguma posição aberta em uma das consultorias em que fez seu cadastro, muito provavelmente a empresa ou a consultoria encontrou outros profissionais mais aderentes ao perfil da posição, lembre-se que o recrutador leva cerca de 7 segundos para se enamorar com seu currículo (por isso a importância de que ele seja bem elaborado). Não fique aguardando após semanas (por experiência digo que 2 semanas, salvo seja avisado pelo recrutador que o processo demorará mais que isso), por um feedback.

 

Caso o “candidato ideal” seja encontrado pela empresa, ele será contatado sem nenhuma dúvida, e ninguém vai te avisar disto; o interesse de todas as partes envolvidas no processo de  Recrutamento e Seleção é que a vaga seja fechada, lembra-se disto? Não estou aqui dizendo que não há erros e falhas neste processo, nem eximindo as empresas contratantes e headhunters / consultorias, pelo contrário, erros podem existir. Quando você participar de um processo – seja via consultoria ou diretamente com a empresa contratante – você merece receber um feedback. Se não o receber, cobre! Mas faça-o com cordialidade. Feedback não é saber se você agiu certo o errado durante a entrevista ou dinâmica – nenhuma empresa ou consultoria dirá o que você fez de errado, pois isso pode gerar processos por discriminação; é saber se você é adequado ou não para aquela posição, se a empresa viu no seu perfil a aderência ao “candidato ideal” que ela busca.

 

Fique atento também: nem sempre as empresas estão em busca de um “melhor” candidato. O objetivo é identificar o candidato que mais “combina” com a função / perfil e com a empresa contratante. Muitas vezes não é o candidato mais experiente ou mais capacitado tecnicamente, é aquele que melhor soube interagir na composição de seu currículo / melhor desempenho e articulação durante uma entrevista ou dinâmica. Dica Importante: cada um de nós tem características únicas, muitas qualidades e pontos a desenvolver.

 

O resultado de um processo de Recrutamento e Seleção está diretamente ligado à necessidade da empresa naquele momento, não apenas ao seu desempenho durante o processo ou a “você” única e exclusivamente! Lembre-se que a base comparativa entre candidatos existe. Faça uma reflexão sobre como você se portou, cada resposta que deu em uma entrevista e que pontos você verifica que poderia melhorar. Ter gaguejado em uma resposta, ou ficado confuso / nervoso não é o fim do mundo, você precisa saber quais pontos tem a desenvolver / melhorar – e esta é uma pergunta certeira em várias entrevistas. Algumas empresas não dão retorno do processo por “falta de tempo”, interesse, ou até mesmo porque nem todas as pessoas estão preparadas para “receber” o feedback.

 

Normalmente quem recebe o feedback de que não foi selecionado sempre quer saber o porquê e gera várias perguntas ao recrutador. Este, por questões éticas e legais ou por falta de preparação, nem sempre pode dar este retorno, limitando-se apenas em dizer que encontraram outra pessoa mais aderente ao perfil da vaga. Por incrível que pareça, acredite, em alguns casos não existe um “motivo” pelo qual você não foi a pessoa escolhida, como falei antes, tudo depende do perfil da vaga.

 

RESUMINDO: – Tenha inteligência emocional, esteja preparado para não receber o feedback ou para receber um feedback negativo; – Não faça muitos questionamentos, mas seja receptivo caso a empresa forneça mais informações sobre seu desempenho, isso te ajudará em sua autoanálise; – Desenvolva sua comunicação, inclusive a escrita e mantenha-se atualizado; – Participe de eventos voltados para sua área de atuação, sempre que possível; – Cultive uma boa rede de relacionamentos; – Seja confiante! Este texto pode te ajudar a se destacar perante os outros candidatos em um processo seletivo, pode te ajudar também a não ficar tão frustrado pela ausência de um feedback após a participação em um destes processo, mas o mais importante é que você se lembre que: “Nada é por acaso”. Se você não foi selecionado agora, ainda terão boas oportunidades pela frente! Talvez melhores…

 

Texto escrito por Vital Souza Jr    

HR Hunter, Consultoria de Recursos Humanos do Rio de Janeiro, tem como expertise: Recrutamento e Seleção, Treinamento Comportamental, Plano de Cargos e Salários, Pesquisa de Clima e Coaching.